Em empresas que crescem rápido e querem manter qualidade, o design não pode ser tratado como um “acabamento”. O design precisa estar no núcleo da liderança de produto. E é aí que o papel de Design Ops assume protagonismo.
Pense comigo: você dirige um time de produto que está escalando (mais demandas, mais squads, mais tecnologia) mas ainda assim precisa manter coerência na experiência, velocidade na entrega e integridade no design. Sem um mecanismo de operação, o time vira uma colcha de retalhos.
Design Ops estrutura esse núcleo invisível. Ele cria os canais de entrada de trabalho, define critérios de prioridade, alinha design, produto e engenharia, documenta decisões e transforma o fluxo em sistema.
O Design Ops como elo entre visão e execução
Liderança de produto exige visão e execução simultâneas. Design Ops faz a ponte entre ambas. Quando você lidera produto e entende que o design não é “apenas visual”, mas estratégico, você eleva o nível da entrega.
Você deixa de pedir “bom design” e passa a exigir “design que entrega negócio”. E para que isso aconteça, você precisa de:
- Um modelo de trabalho claro, como as demandas entram, quem decide, como se monitora.
- Critérios que colocam design como alavanca de valor, e não como custo.
- Métricas que fazem sentido para o negócio e para a experiência.
- Alinhamento entre toda a cadeia: produto, design, engenharia. Sem essa conexão, velocidade vira caos.
Quando Design Ops está estruturado, você observa impactos reais: decisões mais rápidas, menos retrabalho, experiência mais consistente, time mais motivado porque entende para onde está indo.
E liderança no nível de produto, percebe que o design deixou de ser “pedido extra” e virou fundamento.
Da prática à operação real: o Design Ops dentro da MB Labs
Na MB Labs, essa transição aconteceu de forma viva e intencional.
Quando começamos a estruturar o Design Ops, o foco era simples: dar clareza e ritmo ao time de design sem comprometer a autonomia criativa. Mas, na prática, o impacto foi muito mais profundo.
Criamos rituais de acompanhamento que conectam design, produto e engenharia desde a definição de escopo até a entrega final. Ajustamos os fluxos de priorização para evitar dispersão de energia e garantir que o design entrasse nas conversas estratégicas e não mais apenas nas tarefas finais.
Desenhamos um modelo de documentação leve, colaborativo, e que acompanha o ritmo de squads ágeis sem travar o processo.
O mais interessante é que o time começou a sentir a diferença rapidamente. As conversas deixaram de ser sobre “falta de tempo” e passaram a ser sobre “como podemos melhorar o sistema”. Esse é o ponto onde o Design Ops deixa de ser processo e vira cultura: quando o time começa a pensar como sistema antes de agir como indivíduo.
Hoje, o papel que exerço dentro da MB Labs não é apenas o de desenhar fluxos ou processos, mas o de construir uma mentalidade operacional de design, ou seja, uma forma de pensar que conecta decisão e experiência.
É um trabalho de bastidor que se traduz em confiança, consistência e clareza para quem entrega e para quem lidera.
Conclusão: quando o Design Ops se torna cultura
Concluindo, Design Ops não é detalhe de bastidor. É o núcleo da operação de produto.
É peça estratégica da liderança. É a estrutura invisível que sustenta a qualidade quando o negócio cresce.
Na MB Labs, aprendi que Design Ops não é sobre controle, mas sobre maturidade.
É sobre criar uma base sólida para que o design tenha espaço para evoluir, aprender e entregar resultado em escala.
Quando uma empresa entende isso, o design deixa de ser uma etapa e passa a ser o modo como ela pensa, decide e cresce.